segunda-feira, 29 de março de 2010

Pedido eleitoral


Esta é uma mensagem que estou encaminhando por e-mail para todos os meus amigos:

Caros amigos
Venho lhes pedir que se por acaso vocês receberem por e-mail mensagens de "alerta" sobre a Dilma Roussef, que ela é terrorista, assassina, ex-guerrilheira, e mais um monte de acusações fora de contexto, por favor não precisam re-encaminhar a mensagem para meu e-mail.
Apesar de não ter decidido ainda em quem votar - apenas sei em quem não votarei - já lhe adianto que este tipo de mensagem não me convence nem me comove, e peço desculpas por minha teimosia.
Anos atrás, também era comum ouvir até mesmo de pessoas "esclarecidas" o discurso de que Lula era um comunista, fecharia as igrejas, confiscaria a poupança, tiraria a casa de praia de quem tivesse duas casas, destruiria a economia do país, envergonharia o país diante do mundo, etc.
Então, meus queridos amigos, por favor, não percam tempo comigo, nem me venham com coisas do tipo "saiu na Veja", "o Mainardi escreveu", "a Lúcia Hipólito disse pro Jô" - aí mesmo é que a mensagem perderá qualquer vestígio de confiabilidade que ela possa ainda ter... hehehe...
Na prática, ao não enviar estas mensagens para mim, você poupa espaço no mundo virtual, poupa meu tempo em ter que clicar em "excluir", e ainda deixa de ofender o pouco de inteligência (eu acho...) que ainda resta em mim. hahaha...
Votem em quem desejarem.
Acreditem no que quiserem.
E, por favor, nunca deixem de me enviar bons textos e é claro, umas boas piadas.
E que todos tenhamos muito bom humor pra aguentar os meses de assédio político que vêm por aí.
Um grande abraço
jd

segunda-feira, 22 de março de 2010

A Arte Perdida da Caligrafia

Reproduzo hoje texto de Umberto Eco, copiado da edição de Novembro de 2009 da Revista da Cultura


A Arte Perdida da Caligrafia

Recentemente, dois jornalistas italianos escreveram um artigo de jornal de três páginas (em letras de imprensa – ai de mim!) sobre o declínio da caligrafia. Agora já é fato conhecido: a maioria das crianças – devido aos computadores (quando elas os usam) e às mensagens de texto – não consegue mais escrever a mão, exceto em suadas letras maiúsculas.

Em uma entrevista, um professor disse que os alunos também cometem muitos erros de ortografia, o que me parece um problema em separado: médicos sabem escrever e, mesmo assim, suas escritas são sofríveis; e você pode ser um especialista em caligrafia, mas escrever "conserto", e não "concerto".

Eu conheço crianças cuja caligrafia é bastante boa. Mas o artigo fala em 50 por cento de italianinhos – e eu suponho que seja graças a um destino indulgente que eu frequente os outros 50 por cento (algo que me acontece também na arena política). A tragédia começou bem antes do computador e do telefone celular.

A caligrafia de meus pais era ligeiramente inclinada, porque eles posicionavam o papel em ângulo e suas letras eram, pelo menos para os padrões atuais, pequenas obras de arte.

Na época, alguns – provavelmente aqueles com letra feia – diziam que a caligrafia elegante era a arte dos tolos. É óbvio que caligrafia bonita não significa, necessariamente, inteligência refinada. Mas era prazeroso ler notas ou documentos escritos de maneira mais correta.

Minha geração foi treinada para ter boa caligrafia e nós passávamos os primeiros meses da escola primária aprendendo a traçar as letras. Posteriormente, o exercício foi tido como obtuso e repressivo, mas ele nos ensinou a manter o pulso firme ao usarmos a caneta para formar letras arredondadas e delicadamente desenhadas. Bem, nem sempre – porque as canetas-tinteiro, com as quais sujávamos carteiras, livros, cadernos, dedos e roupas, costumavam produzir uma borra desagradável que grudava na caneta e obrigava a dez minutos de lambança para limpar.

A crise começou com o advento da caneta esferográfica. As primeiras esferográficas também faziam sujeira – se, imediatamente após escrever, você passasse o dedo sobre as últimas palavras, era inevitável aparecer um borrão. E as pessoas já não tinham muito interesse em escrever bem, já que a caligrafia feita com uma esferográfica, mesmo que limpa, não tinha mais alma, estilo ou personalidade.


Por que deveríamos lamentar o passamento da boa caligrafia? A capacidade de escrever bem e velozmente em um teclado estimula o pensamento rápido e, com frequência (não sempre), o corretor ortográfico irá sublinhar um erro de grafia.

Embora o celular tenha ensinado a geração mais jovem a escrever "Kd vc?" no lugar de "Cadê você?", não nos esqueçamos de que nossos antepassados ficariam chocados ao ver que escrevemos "farmácia" e não "pharmacia", ou "xícara" em vez de "chicara". Teólogos medievais escreviam “respondeo dicendum quod,” coisa que teria feito Cícero se revirar no túmulo.

A arte da caligrafia nos ensina a controlar nossas mãos e encoraja a coordenação mão-olho.

O artigo de três páginas apontava que a escrita a mão nos obriga a compor a frase mentalmente antes de escrevê-la. Graças à resistência da caneta e do papel, somos forçados a parar para pensar. Muitos escritores, embora acostumados a escrever no computador, algumas vezes até preferem imprimir letras em uma placa de argila, porque assim podem pensar com mais calma.

É verdade que as crianças escreverão cada vez mais em computadores e celulares. Apesar de tudo, a humanidade aprendeu a redescobrir muitas coisas que a civilização eliminara como desnecessárias, como nos esportes e prazeres estéticos.

As pessoas não viajam mais a cavalo, mas algumas fazem aulas de equitação; existem iates motorizados, mas muita gente é tão devotada à arte de velejar quanto os fenícios de três mil anos atrás; há túneis e ferrovias, mas muitos ainda apreciam caminhar a pé por passagens alpinas; há pessoas que colecionam selos na era do e-mail; e exércitos vão à guerra com rifles Kalashnikovs, mas também organizamos pacíficos torneios de esgrima.

Seria bom se os pais enviassem os filhos a escolas de caligrafia, para que eles pudessem participar de competições e torneios – não só para adquirir base em algo que é belo, mas também para seu bem-estar psicomotor. Tais escolas já existem, basta procurar "escola de caligrafia" na internet. E, talvez para aqueles com mão firme e sem emprego estável, ensinar essa arte possa se tornar um bom negócio. ©

sábado, 20 de março de 2010

Essa RBS faz coisa...

Recebi de minha amiga avaiana e tuiteira @marinavdaraujo a reportagem do jornal A Notícia desta quinta feira 18 de março, que traz a derrota do Avaí para o Coritiba, ocorrida na noite anterior. O detalhe curioso é que o Avaí não perdeu o jogo, pois o atacante Vandinho empatou a partida aos 42 minutos do segundo tempo.

[Clique na imagem para ampliar] 

Resta saber se o bola fora do jornal foi devido à pressa do repórter em dar a notícia ou foi um ato falho motivado por algum desejo inconsciente tão característico de repórteres da RBS...

Teria sido o mesmo funcionário deste caso aqui?

A Ilha ameaçada

O Blog Palavras Insurgentes, da jornalista Elaine Tavares, traz dois esclarecedores artigos sobre o que a Prefeitura de Florianópolis está fazendo com o Plano Diretor da cidade.

Vale a pena dar uma passada lá para saber em que mãos estamos.

Entre muitos absurdos, a liberação para construção de prédios de 8 andares na Lagoa da Conceição e 6 andares no Campeche. É preciso dizer mais alguma coisa?

O caminho pros textos são estes aqui:

sexta-feira, 19 de março de 2010

A Menina que Odiava Livros

O curta que você verá abaixo é baseado no livro de estréia da indiana Manjusha Pawagi, "A Menina que Detestava Livros", uma deliciosa metáfora sobre a descoberta do prazer da leitura. A narrativa do vídeo é praticamente o texto literal do livro.

domingo, 14 de março de 2010

Maravilhosa Graça

Willie Nelson interpretando um clássico da música Gospel, escrito por volta de 1773, "Amazing Grace".

sábado, 6 de março de 2010

Como foi o show dos Mascarados & Anônimos?

Com a casa lotada, o palco intimista iluminado por três abajures emprestados pelas mães dos integrantes da banda aguardava com ansiedade o momento em que seria pisado pelos pés dos Mascarados & Anônimos.

Ao apagar das luzes do Caffe Cult, o palco iluminado revelava os primeiros acordes do violão de aço, e logo a modesta e quase anasalada voz de JD fazia o convite "Come gather round people wherever you roam, and admit that the waters around you have grown".

Assim, a primeira canção da noite, The Times They Are A-Changing, escrita em 1963, já anunciava aos presentes que eles receberiam naquela chuvosa noite do dia 05, um banho de música folk, a mesma música que inundou as vidas de quem viveu aquela época e ainda continua a transbordar para as gerações subsequentes.

The Times They Are A-Changing foi seguida imediatamente pela romântica Sara (1976), momento em que a banda - Zimmer na bateria, HicDois no baixo - se uniu ao violão, dando o peso necessário para continuar a apresentação.

Após interpretar uma canção de 1997 - Love Sick - que o baterista equivocadamente anunciou como de 2001, Knockin’ on Heaven's Door (1973) veio precedida de um aviso aos menores de trinta anos presentes no show de que aquela música não é do Guns N' Roses.

Seguiram-se Oh Sister (1976) e Forever Young (1974), sucedidas imediatamente por duas canções da fase cristã do início da década de 80 – a obra-prima Every Grain Of Sand e a balada In The Summertime. I Shall Be Released, extraída dos porões de 1967, encerrou o primeiro bloco.

Bateria e baixo saem de cena, e JD anuncia que é hora de fazer uma breve viagem aos anos 60. É o momento do set acústico, em que violão e harmônica se unem para lembrar canções como Mr. Tambourine Man (1965), Blowin' in The Wind (1963) e It Ain't Me Babe (1964).

A banda volta à cena para interpretar a energizante All Along The Watchtower (1967), a quilométrica Hurricane (1976) e a apoteótica Like A Rolling Stone (1965), as duas últimas reforçadas pela canja da percussão de Rafael Bastos.

Aplausos e mais aplausos, é o fim do show. Porém, um pequeno grupo previamente contratado pela banda puxa um pedido de "mais um, mais um", ingenuamente seguido por toda a platéia presente.

O retorno ao palco se dá com uma dobradinha versão country para Don't Think Twice It's All Right (1963) e You Ain't Goin' Nowhere (1967).

Terá sido coincidência o trio terminar seu show de estréia cantando "você não vai a lugar nenhum"? Nunca saberemos, mas a única certeza é que após uma noite de muita diversão e boa música, os Anônimos foram dormir um pouquinho mais Mascarados.


[Postado com total isenção pelo vocalista da banda]

quinta-feira, 4 de março de 2010

Amanhã

Conheça todos os detalhes da história dos Mascarados & Anônimos na entevista coletiva virtual - e você também pode fazer perguntas.  Acesse clicando aqui.