Pierre Assouline relata a história por trás da famosa foto de Henri Matisse feita por Cartier-Bresson.
"Matisse não gosta de ser fotografado. A idéia de posar o arrepia. A indiscreta curiosidade dos fotógrafos o desagrada. E, além disso, o distraem de seu trabalho. Mas este [Cartier-Bresson] tem o dom de se fazer esquecer, como um gato. Nada melhor do que passar despercebido quando queremos observar. Cartier-Bresson chega pontulamente à seu ateliê, senta num canto e fica horas sem dizer palavra, nem ao artista nem à modelo, Lydia Delectorskaya. Nada de conversas; não apenas seria indecente como estragaria tudo. Quando tira uma foto, seu gesto é tão furtivo e silencioso quanto o espirro do homem invisível. Quando esquece que é personagem, Matisse não posa mais, é ele mesmo, com um lápis na mão, uma pomba na outra, ausentando-se do resto do mundo. É esse exato instante que o fotógrafo escolhe para captar o indizível olhar trocado entre o homem e o animal."
Um comentário:
Estivemos na exposição de Cartier em SP em outubro...algo!
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