quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pessoal, cabeça pra fora que o Sol voltou!!!


Parque Ecológico do Córrego Grande, hoje de manhã...

Lagarteando

Com a volta do Sol hoje em Florianópolis, até o Jacaré de Papo Amarelo do Parque Ecológico do Córrego Grande resolveu lagartear ao lado de sua amiga tartaruga...


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Boi de Mamão

Este pequeno video gravado em julho de 2007 e publicado no meu antigo blog é o registro de uma apresentação do Grupo Folclórico Alivanta Meu Boi, da praia dos Ingleses - Florianópolis, numa festa organizada pela Associação dos Moradores do Jardim Albatroz.

Hoje, já ultrapassando 21 mil visualizações, republico no Bloguilhéu para quem ainda não viu ou não conhece essa maravilhosa festa que chamamos Boi de Mamão.

O Boi de Mamão é uma antiga manifestação folclórica do litoral de Santa Catarina, que conta a saga de um boi que morre e depois ressuscita. Outros personagens também aparecem, como a Dona Maricota, a Bernúncia, o Urso Branco, o Urso Preto, o Vaqueiro em seu Cavalinho.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pátria Minha - Vinícius de Moraes

Pátria Minha
Vinicius de Moraes


A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."


Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 383.

Fonte: Releituras.com
Origem: Facebook do meu amigo Henrique Silvério

sábado, 4 de setembro de 2010

25 livros comentados brevemente

Compartilho com os amigos e leitores do blog alguns livros que li entre janeiro e agosto de 2010, com breves comentários ao lado de cada título. De todos os vinte e cinco livros incluídos nesta relação, apenas um me desagradou.


Cartier-Bresson: o olhar do século
Pierre Assouline
L&PM Editores


Biografia de Henri Cartier-Bresson, um dos fotógrafos mais brilhantes de nossa história. Uma viagem pelo tempo na companhia deste artista que praticamente atravessou o século passado (nasceu em 1908 e morreu em 2004). Bresson é autor de muitas imagens famosas, registros da Guerra Civil Espanhola, de suas viagens à Africa, do funeral de Gandhi, e muitos outros momentos do século passado.




O símbolo perdido
Dan Brown
Editora Sextante

Para quem gosta de se prender numa história cheia de enigmas, o autor de O Código da Vinci oferece mais um banquete neste livro, com todos os ingredientes a que se tem direito. O assunto agora é Maçonaria. Não dá pra descansar enquanto não se chega ao fim do livro. 





Sinto-me só
Karl Taro Greenfeld
Ed. Planeta

Um livro muito humano e comovente, e ao mesmo tempo realista, sobre a história do autor e sua convivência com seu irmão mais novo, portador de autismo severo. O livro começa meio lento, mas na medida em que a história autobiográfica vai se desenvolvendo, somos levados a acompanhar emocionalmente a dura realidade das famílias com pessoas portadoras de deficiência, relatada aqui de maneira honesta e sem rodeios. E com um final surpreendente.




Tenha um pouco de fé
Mitch Albom
Ed. Sextante


Do mesmo autor do belo A última grande lição, esta é uma história muito interessante sobre fé.
Depois de receber do Rabino Albert Lewis o pedido para fazer seu discurso fúnebre, Mitch passa a visitá-lo nos fins de semana, relembrando a sua própria história de fé judaica da qual ele havia se afastado.
Ao mesmo tempo, ele fica intrigado com a história de Henry Covington, um ex-dependente e ex-traficante que converteu-se ao cristianismo e tenta manter uma velha igreja e um projeto de assistência a moradores de rua. 
O cruzamento destas duas histórias dão o tom deste emocionante livro.

Caim
José Saramago
Companhia das Letras

O estilo provocador e irônico de Saramago em sua força total, neste interpretação "herege" do principal personagem do relato bíblico sobre o início das coisas.
Como sempre, Saramago está "impecável", ao menos na escrita.


A cidade do sol
Khaled Hosseini


Um livro fantástico, que narra a história de duas mulheres afegãs marcadas pela brutalidade de sua cultura, em meio ao sofrimento de um país em guerra.


O livreiro de Cabul
Asne Seierstad
Ed. Record

Livro escrito por uma jornalista correspondente de guerra que trabalhou no Afeganistão. Após a queda do regime Talibã, ela morou durante três meses na casa de um livreiro em Cabul, e o livro surgiu a partir desta experiência. Muito interessante para conhecer as condições das famílias e especialmente das mulheres afegãs que vivem sob o fundamentalismo islâmico.

Comédias Brasileiras de Verão
Luis Fernando Veríssimo
Ed. Objetiva

Uma coleção de impagáveis crônicas tendo como pano de fundo as famílias brasileiras de classe média. Uma leitura irresistível que nos proporciona boas gargalhadas.


Hipnotizando Maria
Richard Bach
Integrare Editora

Este foi o pior livro que li este ano. Fui até ele com grande expectativa, por ter sido escrito pelo mesmo autor de Fernão Capelo Gaivota, pensando encontrar outra bela história, e deparei-me com o que há de pior na linha da auto-ajuda, bem ao estilo "O Segredo". Não recomendável para quem não gosta de filosofia de pára-choques de caminhão.

Like a Rolling Stone
Greil Markus
Companhia das Letras
Só mesmo Bob Dylan para inspirar um escritor a escrever a "biografia" de uma canção. Recomendadíssimo para quem quer conhecer os bastidores da música Like a rolling stone, e o alcance que ela teve na história contemporânea.

Múltipla Escolha
Lya Luft
O livro é bom, talvez um pouco repetitivo para quem já está acostumado a ler as obras da autora. Mas tem boas reflexões sobre a vida que valem a pena a leitura.


Memórias de minhas putas tristes
Gabriel Garcia Márquez

Para quem trabalha com o combate à pedofilia e à prostituição infantil, este pode ser um livro angustiante. Apesar de muito bem escrito - afinal, trata-se de Garcia Márquez, não consegui gostar da história de um velho jornalista que, para comemorar seus 90 anos, pede à uma amiga cafetina para lhe arranjar uma menina para passar uma "noite de amor louco com uma adolescente virgem.
A bem da verdade, o ato com a menina de 14 anos não se consuma, e talvez a idéia seja a de fazer uma metáfora sobre o amor verdadeiro ou puro, sei lá. Só sei que não consegui alcançar o espírito da coisa.
Entretanto, ler o autor de Cem Anos de Solidão é sempre uma experiência que vale a pena.


O cachorro que jogava na ponta esquerda
Luis Fernando Veríssimo
Ed. Rocco

Uma pequena e hilária história de um grupo de crianças que adoravam jogar pelada na rua, acompanhadas por um cachorro que acabou se transformando no craque do time.

Como sobreviver à própria família
Mony Elkaim
Integrare Editora

O curioso e irônico título do livro já dá uma dica do que vamos encontrar nesta obra do terapeuta belga Mony Elkaim. Aproveitando-se de histórias de consultório, cada capítulo é uma excelente reflexão sobre as dinamicas psicológicas que se estabelecem nas nossa famílias. Recomendo a todos que algum dia, em algum momento de suas vidas, já se fizeram a pergunta do título.

O menino do pijama listrado
John Boyne
Cia das Letras

Se tivesse que classificar, é bem provável que este seria escolhido o melhor livro que li neste ano até agora. Fiquei fã de carteirinha de John Brown, uma cara de 37 anos que teve uma grande sacada nesta história. E o segredo é não falar nada sobre o livro para não perder a graça. Sugiro inclusive não ler nem a orelha do livro. Emocionante e imperdível.

Os Espiões
Luis Fernando Veríssimo
Ed. Alfaguara Brasil

O bom humor já conhecido de todos nós, numa história de espionagem que tem como cenário o interior do Rio Grande do Sul. Diversão na certa.
O segredo do Genesis
Tom Knox
Bertrand Editora

Um thriller na linha de O código da Vinci e O símbolo perdido, bem ao estilo Dan Brown. É uma boa diversão.

A Humilhação
Philip Roth
Ed. Companhia das Letras

Philip Roth é impressionante. Através da história de Simon Axler, um ator em crise que perdeu sua auto-confiança para interpretar, Roth penetra - novamente - no mundo psicológico que nos é tão conhecido, com nossas crises, expectativas, insanidades e desejos. Um livro de narrativa rápida que nos prende por inteiro.


Os viúvos
Mário Prata
Ed. Leya Brasil

Mais um fera da Crônica Brasileira, Mario Prata traz neste livro uma hilariante história policial ambientada em Florianópolis, cidade em que está morando desde 2000. A trama foi criada a partir de um episódio real no qual o autor se viu em apuros com a Receita Federal. Para "exorcizar" seu "trauma" e dar uma espetada bem humorada no sistema de impostos no Brasil, nasceu a história deste livro. Muitos risos do início ao fim.


Do Universo à jabuticaba
Rubem Alves
Ed. Planeta

Este livro é a continuação do "Ostra feliz não faz pérola", em que Rubem reúne textos curtos e pensamentos breves sobre vários temas do dia-a-dia, como sexo, morte, infância, velhice. Muito agradável de ler, é daqueles livros que dá vontade de sublinhar tudo.

Conversa sobre o tempo
L. F. Veríssimo e Zuenir Ventura / Arthur Dapieve
Editora Agir

O livro é um registro escrito de um fim de semana de muita conversa entre  Veríssimo e Ventura, mediados pelo escritor Arthur Dapieve. O resultado é um delicioso bate-papo sobre vários temas do cotidiano, recheado de relatos pessoais de cada um. 



Eu Sou Ozzy
Ozzy Ousborne
Editora Benvira

O jeito divertido e cheio de sacadas engraçadíssimas com que Ozzy conta sua história acaba sendo uma maneira leve de relatar todo o sofrimento e a luta deste astro do Rock contra os vícios que dominaram toda a sua vida.  

O garoto no convés
John Boyne
Companhia das Letras



A fórmula é a mesma do livro anterior, O menino de pijamas listrados: um personagem fictício envolvido em algum fato histórico, a fim de narrar este acontecimento sob um outro ponto de vista. Desta vez, o episódio em questão é o motim do HMS Bounty, navio inglês que voltava de uma missao no Taiti, e cuja tripulação se revoltou, abandonando o Capitão e alguns fiéis em um barco em pleno alto-mar. A história é narrada sob o ponto de vista de um adolescente que estava no navio para livrar-se de uma pena por roubo em sua cidade natal.


A menina que roubava livros
Markus Zusak
Ed. Intrínseca

Linda e emocionante história de uma menina que viveu na Alemanha nazista e acompanhou de perto toda a tragédia da guerra sobre as família, inclusive a sua. Detalhe: a história é narrada pela própria Morte, que se deliciava com os acontecimentos relatados.


Indignação
Philip Roth
Companhia das Letras


Um excelente conto psicológico. Um jovem em busca de seu próprio caminho, tentando se emancipar de sua família super protetora e envolvendo-se nas mais diversas experiências. Roth escreve de uma maneira que nos prende do iníco ao fim da história.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bloguilhéu também é Rock'n Roll.

Yuto Miyazawa, um menino japonês de 10 anos, toca guitarra em show do Ozzy Osbourne, no festival Ozzfest alguns dias atrás, 21 de agosto.

Num determinado momento do show, Ozzy levanta o menino com o braço e o segura no alto. A princípio, uma cena comum, porém com um significado especial: a cena remete à capa do disco Tribute, em que Ozzy ergue o guitarrista Randy Rhoads, amigão e parceiro de Ozzy que faleceu em 1982. A guitarra usada pelo menino também é muito parecida com a utilizada por Randy na capa do disco.